Como usar a disciplina positiva na educação de crianças e adolescentes em casa?
Quem é pai ou mãe sabe o quanto é desafiador educar uma criança. Não é uma missão que vem com um “manual” e se torna ainda mais complicado quando a fase da adolescência chega. Entretanto, uma forma de tornar essa jornada mais leve é buscar formas de impor limites com firmeza, afeto e empatia. Essa é a premissa da disciplina positiva!
O que é disciplina positiva?
A disciplina positiva pode ser definida como uma filosofia que une firmeza e gentileza na educação de crianças e adolescentes sem que seja preciso recorrer à punição, castigo ou recompensas.
Esse conceito foi desenvolvido pela psicóloga e educadora Jane Nelsen, que é mais de sete filhos e estudou as teorias dos psiquiatras Alfred Adler e Rudolf Dreikurs. Entre suas citações mais famosas, está “De onde tiramos a absurda ideia de que, para que as crianças se comportem, primeiro devemos fazê-las se sentir mal?”.
Com essa abordagem que vai na contramão da educação tradicional, a disciplina positiva tem ganhado força em ambientes escolares e também nos lares de milhares de famílias, que buscam o diálogo para impor limites para crianças e adolescentes.
Ao contrário do que a maioria das pessoas ainda pensa, a disciplina positiva não é permissiva. Os adeptos do conceito acreditam que toda criança e adolescente precisa de limites, mas isso pode ser feito de maneira respeitosa e não apenas autoritária.
Como aplicar a disciplina positiva?
Um dos principais objetivos da disciplina positiva é incluir a reflexão sobre as consequências de suas atitudes no diálogo entre pais e filhos, além de desenvolver habilidades sociais e interpessoais, incluindo a comunicação não-violenta.
Para colocar em prática, a família precisa desconstruir todos os preceitos da educação tradicional com a qual a maioria de nós tivemos contato durante a infância e adolescência. Sendo assim, o primeiro passo é deixar de lado os castigos e as punições que constrangem, focam no erro e pouco ensinam.
A disciplina positiva reforça que erros são oportunidades de aprendizado e não devem trazer sensação de fracasso. Com isso, os pais e responsáveis podem utilizar esses momentos para focar esforço na resolução de problemas e no ensino sobre as consequências de ações. Vamos conferir alguns exemplos:
- Substitua “se você jogar o brinquedo, vou te deixar de castigo” por “quando não usamos o brinquedo de maneira adequada, perdemos o privilégio de brincar com ele”;
- Ao invés de falar “pára de fazer drama”, comece um diálogo com “como podemos te ajudar a superar isso?”;
- Evite falar “pare de gritar” e experimente “podemos usar um tom de voz mais adequado para conseguirmos conversar?”;
- Não diminua os sentimentos de crianças e adolescentes com frases do tipo “não foi nada”. Acolha com “tudo bem se sentir triste algumas vezes”;
- Troque “eu já te expliquei mais de mil vezes” por mensagens encorajadoras como “tente outra vez, você é capaz” ou “se preferir, me peça ajuda”.
Com esses exemplos, já dá para perceber que a abordagem é uma forma também de reeducar os pais e responsáveis. Para adotar a disciplina positiva, eles têm que:
- Usar um tom de voz adequado e diminuir os gritos;
- Dedicar mais tempo de qualidade para os filhos, abrindo espaço para diálogo;
- Evitar comparações com outras crianças, mesmo que sejam irmãos, primos ou amigos;
- Estabelecer os combinados de forma clara sem apelar para chantagens.
Com algumas mudanças já é possível notar maior satisfação de crianças e adolescentes em seu ambiente familiar, pois eles tendem a se sentir mais conectados e respeitados.
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